Cachorros sofrem com o calor! Cuidados e atenção!

Cachorros sofrem com o calor! Cuidados e atenção!

Calor, praia, verão. Estamos na época do ano em que a maioria das cidades brasileiras mantém seus termômetros acima dos 20 graus e, em algumas localidades, a temperatura pode passar dos 40 graus. Se para nós, que temos ventiladores, ar-condicionado e muita água sempre à disposição já é difícil suportar, imagine para os nossos amigos de quatro patas com o corpo coberto de pelos, cachorro sente calor! E sofrem também.

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Se o calor deixa as pessoas mais irritadas, cansadas e indispostas, imagina só o efeito da alta temperatura no seu bichinho de estimação, que é muito mais sensível do que os humanos. É normal que o cachorro com calor manifeste diversas mudanças de comportamento: dificuldade para comer, não querer passear, ficar mais agitado dentro de casa e dormir em lugares não habituais são alguns sinais durante a época mais quente do ano.

Hipertermia: o que é e quais são os sintomas

Conforme explica a Dra. Josiane de Oliveira Souza, médica-veterinária da Petz, a hipertermia canina é caracterizada pelo aumento da taxa metabólica, com aceleração no ritmo respiratório, a fim de regular a temperatura corporal basal. A língua para fora e a respiração ofegante, portanto, estão entre os primeiros sintomas de que o pet está com calor.
Quando o cachorro se encontra em situações extremas e não consegue baixar sua temperatura, esse processo de taquipneia pode dar início a um quadro de desidratação, levando a um colapso respiratório. Entre os sintomas de que o cachorro está com calor estão:

  • Respiração ofegante
  • Salivação excessiva
  • Apatia/prostração
  • Andar cambaleante
  • Confusão mental
  • Vômitos e diarreias
  • Taquicardia

Os sintomas da hipertermia são progressivos, ou seja, pioram de acordo com a evolução do quadro. Ao perceber que seu cachorro sente calor, procure refrescá-lo imediatamente. E, ao contrário do que muitas pessoas às vezes pensam, os pelos protegem o cachorro do calor em vez de aquecê-lo.

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Mudanças de Comportamento em um Cãozinho com Calor

Como funciona o mecanismo de transpiração dos cães?

Diferente dos humanos, cães não possuem glândulas de suor e, sem esse recurso, a temperatura do organismo não diminui. A única solução para eles é ficar de boca aberta, ofegantes, para que o ar frio possa entrar e ajudar a refrescar. É pela língua que os cachorros transpiram e fazem a troca de calor necessária para se adaptarem a qualquer ambiente. Pode observar: nos dias mais quentes ou depois de uma atividade física, a respiração do animal fica mais acelerada e ofegante na tentativa de se adequar àquela situação. A transpiração também é feita pelo focinho e pelos coxins (almofadinhas das patas), mas com menos intensidade.
É por isso que um cachorro nunca deve ser mantido em ambientes totalmente fechados e sem circulação de ar: a situação impede que o animal troque calor e se adapte ao local. A condição pode causar hipertermia e até matá-lo (nunca deixe o seu amigo preso dentro do carro, ok?! Nem mesmo por alguns minutos).

Cachorro não quer comer? Calor pode resultar na falta de apetite

Uma das principais mudanças de comportamento dos bichinhos pode ser a falta de apetite. Se seu cão não quer comer é um sinal de que ele está com calor demais (o mesmo que acontece com a gente quando quer comer uma saladinha em um dia abafado). Outro comportamento esperado é o animal só querer comer à noite, que é quando a temperatura está mais amena. Não se preocupe com essa mudança de hábito nos dias mais quentes, mas você deve ligar o alerta se ele não comer de jeito nenhum (nesse caso, vale buscar ajuda do seu veterinário de confiança).
Em outros casos, o cachorro pode vomitar ração algumas horas depois de se alimentar. No calor, o metabolismo do animal pode funcionar de forma mais lenta e, por isso, ocasionar o vômito do alimento que não foi totalmente digerido. É importante verificar a frequência e se isso não está atrapalhando a saúde do seu amigo.

Cachorro não quer passear ou fica mais cansado? É normal!

No verão, os pais de cachorros podem observar alterações até na rotina de passeios do animal. Por mais que os cães amem passear, o calor pode fazer com que eles não fiquem tão animados para sair de casa. O animal também vai se cansar mais rápido durante os passeios de verão e isso é totalmente normal.
Não tem jeito, você precisará mudar essa rotina, afinal, seu amigo precisa gastar energia: leve-o para passear bem cedinho ou à noite, quando a temperatura estará mais amena. Jamais saia com o animal no sol, pois o asfalto pode causar queimaduras nas patinhas – uma dica é você mesmo verificar a temperatura do chão antes de sair de casa. Mesmo que os passeios sejam antes das 10h e depois das 16h, busque caminhos com sombra e sempre leve uma garrafinha com água gelada para oferecer ao seu amigo.

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Outras mudanças de comportamento que indicam o cachorro com calor

Outros sintomas de cachorro com calor podem se revelar no comportamento do seu bichinho. Se ele fica deitado muito tempo, saliva demais e fica ofegante com facilidade, com certeza está sentindo os efeitos da alta temperatura. Para aliviar isso, deixe ventiladores e água fresca à disposição. O pet também pode passar a dormir em locais mais frescos e arejados da casa na tentativa de se refrescar (avalie se não é o caso de comprar um tapete gelado para cachorro).

Raças que mais sofrem com o calor

Algumas raças de cachorro têm a tendência de sofrer mais o impacto do calor do que outras. Seja pelo tipo de pelo, sensibilidade da pele e até características respiratórias, é muito importante estarmos atentos ao clima e alguns cuidados.
Peludos
Por ser originalmente de regiões mais frias, esses cachorros possuem muitos pelos, mas, mesmo tosados, ainda sofrem com o calor. Isso acontece por possuir uma camada dupla de gordura, o que dificulta o resfriamento de seu corpo, que não acontece por completo. Nessa categoria de cães, temos o Chow-Chow, São Bernardo, Husky e o Boiadeiro de Berna.
Braquicefálicos
Os cães braquicefálicos são os cachorros de ‘focinho achatado’, que possuem problemas respiratórios anatômicos. Por ter o focinho curto, a respiração já é comprometida. Em altas temperaturas, isso dificulta a liberação de calor, que acontece através da respiração. Incluídos nesse grupo, estão os Pugs, Bulldog Francês, Boston Terrier, Pequinês, Bulldog Inglês, Shih Tzu, Boxer e Dog de Bordeaux.
Atenção especial: Pequinês
Além de braquicefálico, esse cachorro ainda possui os pelos longos, o que acaba lhe rendendo um pouco dos dois problemas. Ao ser tosado, precisa evitar o sol e exercícios, pois podem fazer mal ao coração também.
Lulu da Pomerânia
Bem peludinho, a pele do Lulu é extremamente sensível. Por isso, pode apresentar eczemas e dermatites, tanto pelo contato com o sol, tanto pela tentativa de molhá-los para amenizar o calor.

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Cuidados para o Verão

Se na sua cidade os termômetros estão nas alturas, é hora de conferir algumas dicas para suavizar a situação dos animais. São truques simples e que não vão tomar muito do seu tempo, mas que para eles vão fazer uma diferença enorme.

Passeio

Essa é uma das falhas mais graves que muitos donos de animais cometem sem se dar conta. Nos horários mais quentes do dia, o chão também fica fervendo. Não são raras as clínicas veterinárias que recebem animais com queimaduras nas patas pelo fato de terem andado sob o sol escaldante. Por isso, evite a qualquer custo os passeios nesses horários, pois não há o que fazer para proteger as patas deles nessa situação. O ideal é evitar temperaturas muito superiores à 21ºc.

Hidratação

A tigela de água deve estar sempre cheia e, de preferência, com água fresca, mas não gelada. Quando o calor é demais, alguns deles costumam colocar as patas dentro do pote para aliviar a sensação térmica. Deixe que eles bebam água à vontade e redobre a atenção para que nunca falta. Evite também deixar o pote em algum lugar que bate sol, para que o animal não seja obrigado a tomar água quente. Caso passe o dia fora, deixe um cubo de gelo para ir derretendo e mantendo a água fresca. Existe também opções de bebedouro que conseguem manter uma temperatura ideal para o consumo.

 

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Tosa

Algumas raças de cães podem ser tosadas e muitos donos às vezes deixam isso de lado porque acham que o animal não fica tão bonito sem a pelagem. Se seu cachorro se enquadra nessa possibilidade, durante o verão não pense duas vezes e mantenha o seu pelo curto e aparado. A diminuição da pelagem faz com que ele sinta menos calor e, consequentemente, sofra menos no verão.

Ambiente

Se sua casa fica muito quente durante o dia, considere deixar o ventilador ou ar condicionado ligado para refrescar. Há tapetes térmicos que conseguem manter a temperatura de 5º a 10º abaixo da ambiente, uma boa opção para o descanso do cachorro.
Para aqueles que criam cães cuja casinha fica do lado de fora, o cuidado que deve ser tomado é a garantia que na maior parte do dia o animal poderá ficar em um lugar mais fresco, longe do sol. Alguns cães são obrigados a passar o dia em ambientes abertos onde não é possível se proteger do sol. Mesmo as casinhas, no calor, podem ser abafadas demais para eles. O ideal é um local com um piso gelado e sombra para eles descansarem.

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Existem várias opções de enriquecimento ambiental ótimas para o calor! Piscininhas rasas de criança, vasos de plantas grandes e largos, ou baldes rasos e largos cheios de água e gelo são uma ótima pedida para cachorros! Uma brincadeira refrescante! Você também pode fazer sorvetes para cachorros e gatos! Coloque em um copinho de plástico suco de frutas, pedaços de frutas, água de coco, até petiscos em pedacinhos e depois deixe congelar por cerca de 5 horas! Hummm… seu pet vai adorar a novidade! Além de fácil e barata!

Cuidado com as janelas e varandas

Nesta época quente é mais comum os pets ficarem próximos das janelas e em varandas. Por isso também é mais comum tragédias como pets caírem de janelas de andares altos de prédios ou casas. Previna isso com grades, janelas fechadas e telas. Aliás, se você tem gatos, você deveria considerar telar toda a sua casa sempre!

Não esqueça o seu cão dentro do carro

Parece até absurdo dar um conselho como esse de tão óbvio que ele é, mas muitas pessoas saem para passear ou fazer compras e, enquanto isso, deixam os animais presos dentro do carro. Sob o sol, os veículos viram uma verdadeira sauna e seu cãozinho vai sofrer muito se for deixado em um lugar abafado por muito tempo. E não adianta deixar o ar condicionado ligado ou vidros semiabertos.

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Experimente refrescar o animal com um pouco de água

Em dias muito quentes, considere a hipótese de jogar um pouco de água nele para refrescar. Você não precisa dar um banho completo, mas jogar água com uma mangueira ou mesmo com um borrifador já vão ajudar bastante para que o animal sinta menos calor. A ideia é que, com o corpo molhado, ele possa ter uma sensação térmica mais refrescante. Mas lembre-se de evitar o choque térmico, molhando antes as patinhas e orelhas do seu animal de estimação. Depois espalhe cuidadosamente a água pelo corpo com suas mãos. Mas não exagere na frequência de banhos pois o excesso de sabonete ou xampu podem irritar o ressecar a pele.

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Aplique protetor solar

Você sabia que existe protetor solar para cães? Sim, eles existem, mas não são todas as raças que podem utilizá-los. Nesse caso, o ideal é conversar antes com o responsável por uma clínica veterinária para tirar todas as dúvidas sobre o assunto. Porém, os cães com pouco pelo e os animais albinos estão entre os que mais necessitam de aplicação.

Tome cuidado com os exercícios

Se para nós humanos uma temperatura de 29 graus é bastante agradável, para um animal com toda aquela pelagem recobrindo o corpo, correr sob o sol pode deixá-los cansados mais depressa. Porém, não são eles que vão dizer a hora de parar. Nesse caso, é você que precisa saber reconhecer os sinais de quando ele está cansado para não insistir muito nas brincadeiras até que ele se recupere.

Atenção redobrada com os cães de raça “do frio”

Algumas raças de cães não nasceram para ficar no calor. É o caso, por exemplo, do Husky Siberiano e do Malamute do Alaska. Esses animais são ainda mais sensíveis ao calor e sofrem bastante caso não tenham um ambiente adequado para ficar. Se você é dono de um cãozinho dessa raça, considere a instalação de um ar-condicionado ou mesmo de ventiladores próximos ao cachorro, de forma que ele possa ser menos impactado pela temperatura ambiente.

Cuidados na praia, piscinas e em parques.

Em parques ou praias (que aceitem animais de estimação), garanta que seu pet tem um local sombreado, com água fresca disponível e bastante ventilação para ficar. Caso não tenha esses requisitos, não leve seu pet e deixe-o descansando em local seguro.

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NUNCA deixe seu pet sozinho se no local existir uma piscina ou próximo do mar. Caso queira entrar na água com seu pet, habitue-o lentamente a entrar na água com você. Sempre com a sua supervisão 100% do tempo e, se possível, com uso de “coletes” de flutuação para cães (que já estão chegando no mercado brasileiro).

Preste atenção aos sinais de cansaço e desconforto

Se seu pet está ofegante, salivando muito, com dificuldades para respirar, prostrado (não quer se mover, não quer fazer nada), não quer andar, comer, beber água fique atento! Ao ver estes sinais de forma mais leve, ofereça um período de descanso na sombra com água fresca para seu pet! No caso destes sinais de forma mais grave, leve seu pet o mais rápido possível para uma clínica veterinária! Um animal excessivamente ofegante (especialmente gatos ofegantes), com dificuldades para respirar, aumento da frequência cardíaca e respiratória. Ou ainda com fraqueza muscular, salivação excessiva, muito parado ou muito agitado, vomitando, com a língua e mucosas azuladas ou acinzentadas, perda de consciência e convulsões pode estar com choque térmico, não perca tempo! Coloque sacos de gelo (especialmente nas axilas e nas região da barriga e entre as patas de trás), ligue o ar condicionado ou ventilador do carro e vá para o hospital veterinário mais próximo.

Cuidados extras com pets idosos, com sobrepeso, problemas cardíacos ou respiratórios.

Os pets idosos, com sobrepeso, problemas cardíacos ou respiratórios também precisam de prevenção extra: mantenha-os o máximo do tempo em locais com ventilador ou ar-condicionado. Se possível, mantenha a pelagem sempre curta durante o verão e ofereça bastante líquido. Fique muito atento aos sinais de desconforto e mudanças de comportamento e alimentação. Informe o médico veterinário de confiança caso note mudanças.

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Atenção extra às pulgas e carrapatos

Nessa época quente e úmida as pulgas e carrapatos são muito mais comuns. Mantenha em dia seu plano de prevenção para ectoparasitas. Não compre qualquer produto, busque por recomendação do seu médico veterinário.

 

Fontes: FolhaVitoria, VetQuality, PetAnjo, PatasdaCasa e Petz

 

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